Pesquisa publicada no periódico “Obesity Reviews” analisou os resultados de 15 trabalhos. Todos mediram o efeito de atividades físicas, como caminhada ou corrida, em pessoas que não fizeram mudanças na dieta. Para quem superestima os exercícios físicos, as conclusões são desanimadoras. Na maioria dos estudos (que envolveram 657 pessoas e duraram de três a 64 semanas), a eliminação de peso foi menor do que a esperada, apenas dois ou três quilos.
Realmente, quando o assunto é agilizar o emagrecimento, a alimentação leva vantagem. Isso é pura matemática! A conta é simples: para eliminar 1 quilo de gordura corporal é necessário gastar cerca de 7 mil calorias, o que só é conseguido com um treinamento intenso com duração de, em média, 14 horas.
Ou seja, concorda que é mais fácil não consumir em fração de segundos cinco biscoitos recheados com cerca de 400 calorias fechando a boca do que eliminá-las em 1 hora de corrida?
Uma pessoa com sobrepeso pode consumir mais de 3.000 calorias por dia e um obeso chega a 5.000. Não tem como compensar isso com exercício! Tem que reduzir pelo menos 40% da ingestão de alimentos, pois é muito mais fácil cortar calorias do que gastar.
Vale ressaltar que o gasto de energia resultante do exercício não é o mesmo para todo mundo, varia segundo o condicionamento físico e as características pessoais (altura, peso, idade).
Talvez um dos fatores para que não ocorra um emagrecimento relevante para quem faz somente exercício é que a pessoa pode acabar compensando a eliminação de calorias comendo mais. Isso aconteceu em pelo menos dois artigos analisados.
É comum as pessoas superestimarem os efeitos da atividade física. As pessoas têm uma noção errada de que se fazem exercícios podem comer o que quiserem. Se você fizer uma hora de atividade e depois tomar uma cervejinha, já recuperou as calorias eliminadas. Uma hora de caminhada por dia muda indicadores de saúde, mas não necessariamente faz emagrecer.
Para gastar 500 calorias (meta diária de quem quer perder meio quilo por semana) é preciso fazer uma hora de atividade de alto impacto, como uma aula de spinning. O esforço pode ir embora com dois pedaços de pizza.
O maior problema da obesidade é o sedentarismo. A alimentação tornou-se importante porque hoje o gasto calórico médio da população é ínfimo. Dietas sem atividade física são insustentáveis e, em longo prazo, acabam em efeito sanfona.
Diversos estudos indicam que fazer DIETA ENGORDA! O ideal é fazer reeducação alimentar. Quando você faz só a restrição alimentar, tem que comer cada vez menos para continuar eliminando peso.
Com o emagrecimento, o metabolismo vai ficando mais lento, porque fazendo somente dieta a pessoa elimina, além de gordura, massa muscular.
Mais importante do que eliminar peso é mudar a composição corporal. Emagrecer é diminuir a quantidade de gordura corporal, não só eliminar quilos. Quem treina pode até ganhar uns quilos porque há um ganho de músculo, que é mais pesado que a gordura.
Lembre-se que os ganhos da atividade física para a saúde são mais importantes do que a diminuição de um número no manequim.
Não existe alimentação que faça você ter os ganhos de saúde cardiovascular que o exercício traz. Dois estudos publicados em setembro comprovaram que o condicionamento físico conta mais que o peso para a saúde cardiovascular. Uma das pesquisas analisou dados de 43 mil americanos e descobriu que os obesos ativos tinham um menor risco de morte e indicadores de saúde semelhantes aos de pessoas magras. O trabalho foi publicado no “European Heart Journal”.
Portanto, combinar reeducação alimentar com exercícios físicos é a forma mais saudável de emagrecer. Mas se você ainda não se convenceu, vamos aos números: para eliminar 1 quilo por semana apenas com dieta é necessário cortar cerca de 1000 calorias por dia da alimentação. Agora, se a opção for fazer exercícios, você vai ter que gastar 1000 calorias a mais por dia.
No entanto, se você aliar as duas formas de eliminar calorias, você poderá comer um pouco mais e suar um pouco menos.
fonte:http://www.dicasdetreino.com.br/
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